quarta-feira, 27 de junho de 2012

CANTO DE AMOR A TERRA NATAL

O poeta tem razão
quem não canta a sua terra
não a tem no coração.
Minha terra é pequenina,
mas – por sua natureza –
é um pedaço de beleza
encravado no sertão.

Para quem de longe a vê
com seu alvo casario
ela lembra uma açucena
na ribanceira do rio.

Ela parece, também,
a quem dela se avizinha
lindo cromo de folhinha
de paisagem tropical
Assim vejo a terra minha
- Santo Antônio das Queimadas –
a minha terra natal.

Pelas águas destruída
no turbilhão de uma enchente
das ruínas da Vila Bela
ainda mais bela surgiu
a cidade do presente.

As ruas arborizadas
de dia ficam douradas
com o ouro do sol ardente.
De noite, quando há luar,
põem-se as ruas a brilhar
como prata reluzente.

O luar da minha terra
é o mais belo do sertão:
como que a lua desaba
e fica perto do chão.
Fica tão perto da gente
que se pensa de repente
tocá-la com a nossa mão.

Pelo céu que cobre a mata
parecem chuva de prata
as estrelas que faíscam
Céu azul e todo escampo
como um dossel sobre o campo
onde os insetos coriscam.

O povo da minha terra
lá dentro do peito encerra
um enorme coração.
Nele pulsa de verdade
todo amor, toda bondade
que existem no meu sertão.

Lá no alto de uma colina
numa igreja pequenina
Santo Antônio está presente.
Ele é nosso padroeiro,
nosso guia verdadeiro
nosso pai onipotente.

Minha cidade faceira:
se durante a vida inteira
eu nada puder te dar,
aceita meu coração
que em nenhuma ocasião
jamais deixou de te amar.


(MARQUES, Nonato. Poemas do Céu e da
Terra. Salvador: Bureau Editora,
1997, Pág. 87)

2 comentários:

Unknown disse...

Lindo poema!! Nonato Marques. Talento puro, orgulho queimadense!!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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